Carta aberta à Secretaria de Educação de Belo Horizonte
Carta aberta à Secretaria Municipal de Educação,
Em especial, à Regional de Inclusão Escolar Centro-Sul,
Bom dia!
Venho por meio desta apresentar minha indignação com a atitude da escola municipal que atendeu meu filho que é especial (paralisia cerebral, cegueira e epilepsia de difícil controle).
Depois de muitas reuniões na escola, no conselho tutelar, e até um
processo judicial, não consegui que a escola providenciasse um professor de
apoio, nem material adaptado para meu filho. Foram dois anos de muito sofrimento,
muita angústia e muitas decepções. Enfim resolvi trocá-lo de escola na expectativa
de que agora ele teria uma educação inclusiva de verdade.
E foi neste momento que percebi a falta de preparo da direção e secretaria de uma escola. Foi solicitado para matrícula em outra escola um documento de transferência do aluno. Quando solicitei o mesmo na secretaria da atual escola, me foi entregue quase que prontamente. mas fui informada, após assinatura do mesmo, que este documento obrigaria meu filho a sair imediatamente da escola. Como assim?...
Mas foi o que aconteceu, fui obrigada a retirá-lo da escola no meio do turno da tarde, sem que a matrícula na outra escola estivesse efetivada, pois precisava deste documento para tal. A coordenadora pedagógica foi buscá-lo dentro da sala de aula, em meio ao pranto da professora, da auxiliar de apoio e de todos os seus coleguinhas.
Assim, ele foi embora da escola, sem uma despedida, sem uma chance de agradecimento e um abraço nos colegas. Foi para casa aguardar que seja efetivada a matrícula em outra escola. Deixo aqui meu muito obrigado a professora regente que se esforçou ao máximo para sua inclusão, do cuidado e carinho com o qual tratou o meu filho, além da dedicação e o carinho com o qual a auxiliar de apoio teve com ele nestes dois anos.
Nosso muito obrigado a elas, mas à direção da escola deixo uma mensagem: antes de impor regras para inclusão é preciso humanização. Estas crianças tem suas dificuldades, mas algumas pessoas não conseguem "enxergar" o ser humano que estão por trás destas dificuldades e impõem regras sem pensar na criança.